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O primeiro a saber da notícia foi José J. Martins, ao anoitecer de 5 de abril de 1927. Uma de suas filhas saiu para avisar as outras famílias do então distrito de São Leopoldo. Não era uma tarefa tão complicada como parece, pois, naquela época, havia poucos habitantes. Pouco depois, às 20 horas, Martins leu em voz alta o decreto que viera de Porto Alegre. É assim que Nair Schimidt narra, 85 anos depois, a emancipação de Novo Hamburgo.


Não que ela tenha testemunhado os fatos: só nasceu às 13 horas de 16 de abril de 1927, filha de Arno Artur e Maria Martha Schimidt. Seu registro é de 25 de abril, o que faz de Nair a primeira hamburguense
– ao menos quando o assunto são documentos. O oficial do cartório era Carlos Diestenbach. 

Mas ela também tem deixado sua marca na história da cidade de outras formas. Como professora, por exemplo, ensinou matemática a mais de 2 mil alunos. Nair conta que sempre foi uma criança arteira,
mas querida por todas as pessoas e muito boa em contas. Também fez diversos trabalhos comunitários, muitos ao lado de Irmã Valéria, da Paróquia São Luiz. Está há 16 anos na Pastoral da Saúde. 

 

Como ficou viúva cedo, Nair criou sozinha suas duas filhas. Hoje, Maria Inês é uma médica reconhecida internacionalmente, e Sônia administra uma rede de laboratórios. Os netos estão formados, e a nova geração é representada pela bisneta de cinco anos. Toda a família é fã do Esporte Clube Novo Hamburgo, o Nóia – seu pai foi tesoureiro do clube por mais de 20 anos.


Nair pode não ter visto a emancipação, mas acompanhou todo o desenvolvimento da cidade. Ela lembra de quando a prosperidade
das fábricas locais atraía trabalhadores, que se instalaram nos novos bairros. Com a sua experiência de cidadã, professora e mãe, deixa mais uma lição: é preciso trabalhar com amor.

As lições da primeira hamburguense

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